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January 19, 2016

O que Calvino realmente disse sobre o quarto mandamento? - Rev. Dr. Prof. Francis Nigel Lee



João Calvino de Genebra (1509-1564)… desferiu o golpe de morte para os dias de festa dos romanistas e deu grande ímpeto ao Decálogo e à observância do domingo. Muito uso tem sido feito pelos antinomistas anabatistas a respeito das cuidadosas afirmações de Calvino em suas Institutas de 1536 de que “foi bom deixar de lado o dia guardado pelos judeus” — mas pouco uso tem sido feito das afirmações igualmente cuidadosas que aparecem duas linhas depois na mesma sentença, de que “foi necessário estabelecer em seu lugar outro dia”.(1) Antinomistas têm enfatizado a afirmação verdadeira de Calvino contra os romanistas de que guardadores ferrenhos do domingo “insultam os judeus pela mudança do dia, e ainda atribuem a ele a mesma santidade” — mas ignoram sua afirmação, igualmente verdadeira (aparentemente contra os antinomistas!) que aparece seis linhas depois: “Tenhamos o cuidado, entretanto, de observar a doutrina geral… diligentemente comparecendo às nossas assembleias religiosas”.(2)

Anti-calvinistas desprezadores da lei não falharam em apreender a opinião correta do genebrino quando disse que “o sábado tenha sido revogado” — mas falharam em apreender com igual correção a opinião apresentada na seção seguinte, de que “algumas mentes levianas se agitam demais hoje em dia por causa do domingo. Queixam-se de que o povo cristão continua preso a um tipo de judaísmo, visto que ainda retém alguma observância de dias. A isso respondo que sem judaísmo observamos o domingo”.(3) Essas “mentes levianas” não se furtam de citar fortes afirmações de Calvino de que “Cristo é o verdadeiro cumprimento do sábado” e que ele “não está contente com um dia, mas exige o curso inteiro de nossa vida” etc. — mas se furtam de afirmações igualmente fortes de que Deuteronômio 5 é “igualmente aplicável a nós como aos judeus” e que nos tempos apostólicos “os primeiros cristãos substituíram o sábado por aquilo que nós chamamos de Dia do Senhor”!(4) 

Contudo, talvez ainda mais importante do que suas visões nas Institutas de 1536 — escritas em seus tenros 26 anos de idade — são as afirmações posteriores de Calvino sobre a questão do sábado, sobre as quais os antinomistas mantêm o mais profundo silêncio. Em seu sermão em Deuteronômio 5, ele escreveu sobre “quando as janelas das nossas lojas estão fechadas no dia do Senhor, quando não andamos segundo a ordem comum e o costume dos homens.” Ele pergunta: “Se empregamos o Dia do Senhor para nos distrair, para nos exercitar, para ir a jogos e passatempos, Deus está sendo nisto honrado? Não é isto uma zombaria? Não é uma profanação de seu nome?”.(5) 

Em 1550, de acordo com Beza, seu biógrafo, Calvino determinou “que não deveria haver qualquer outro dia de festa, exceto um em sete, que nós chamamos do Dia do Senhor”;(6) e no ano de 1554, ele escreveu em seu Comentário ao Gênesis (2.1-3) que Deus “primeiro descansou, então abençoou este descanso que em todas as eras deveria ser sagrado entre os homens”. “Deus”, continua Calvino, “consagrou cada um dos sétimos dias de descanso” e que, “sendo ele [o shabbath] ordenado aos homens desde o princípio, para que o empreguem na adoração a Deus, é certo que deve continuar até ao fim do mundo”. “Além disso”, conclui, “deve-se notar que essa instituição tem sido dada não a um único século ou povo, mas a toda a raça humana”.(7) 

Um ano antes de sua morte em 1564, Calvino claramente afirmou com respeito a Êxodo 20, em sua obra Harmonia do Pentateuco, que “temos a mesma necessidade de um dia de descanso que os antigos”; e acrescentou: “não é crível que a observância do dia de descanso tenha sido omitida quando Deus revelou o rito de sacrifício aos santos Pais, mas aquilo que na depravação da natureza humana estava completamente extinta entre as nações pagãs, e quase obsoleta entre a geração de Abraão, Deus renovou em sua lei”.(8) 

Essas visões do grande genebrino foram propagadas e desenvolvidas por todos os seus seguidores que orgulhosamente chamavam-se por seu nome — os calvinistas.

Notas:
1 Calvino: “Institutas”, II: VIII:33.
2 Ibid., II: VIII:34
3 Ibid., II: VIII:32, 33.
4 Ibid., II: VIII:32, 34.
5 A. A. Hodge: op. cit., pp. 18-19.
6 Beza: op. cit., I, p. xciii.
7 A. A. Hodge: op. cit., pp. 17:8; Kuyper: “Tractaat” etc., pp. 165-166.
8 Calvino: “Harmony of the Pentateuch”, p. 437. 


Fonte: The Covenantal Sabbath
Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Monergismo

O Quarto Mandamento - Arthur W. Pink


“Lembra-te do dia de Sábado (Shabbath), para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os seus trabalhos, mas o sétimo dia é o Sábado (Shabbath) dedicado ao SENHOR, teu Deus, nesse dia não farás trabalho algum” (Ex 20:8- 10). Esse mandamento denota que Deus é o SENHOR soberano do nosso tempo, o qual deve ser usado e aproveitado por nós exatamente como Ele aqui especificou. Deve ser cuidadosamente notado que ele consiste de duas partes, que estão interligadas. “Seis dias trabalharás (e não ‘poderás trabalhar’)” é tão divinamente exigido de nós quanto “lembra-te do dia do Shabbath para o santificares”. É um preceito que requer de nós diligência para cumprir aquela vocação e estado de vida na qual a divina providência nos colocou, para desempenhar seus ofícios com cuidado e consciência. A vontade revelada de Deus é que o homem trabalhe, não passe o seu tempo a toa; que ele trabalhe não cinco dias na semana (por isso organizou o trabalho antes agitado), mas seis.

Aquele que nunca trabalha está incapacitado para a adoração. O trabalho serve para abrir caminho para a adoração, assim como a adoração nos prepara para o trabalho. O fato que qualquer homem possa escapar à observância desta primeira metade do mandamento é uma triste reflexão sobre a nossa ordem social moderna, e mostra quão longe nos distanciamos do plano e ideal divino. Quanto mais diligentes e fiéis formos ao desempenhar os deveres dos seis dias, mais valorizaremos o descanso do sétimo. Assim será visto que a indicação do Shabbath não foi qualquer restrição arbitrária sobre a liberdade do homem, mas uma provisão misericordiosa para o seu bem: que ele foi planejado como um dia de alegria e não de melancolia. É a dispensa graciosa do Criador nos livrando da nossa vida de labuta mundana por um dia em sete, concedendo-nos um antegozo daquela vida futura e melhor diante da qual a presente não é mais que uma provação, quando podemos nos voltar inteiramente daquilo que é material para aquilo que é espiritual e, portanto, sermos equipados para pegar com nova consagração e renovadas energias o trabalho dos dias seguintes.

Deveria ser assim bastante evidente que essa lei para regulamentação do tempo do homem não era uma lei temporária, criada para alguma dispensação, mas é contínua e perpétua no propósito de Deus: o Shabbath foi feito “para o homem” (Marcos 2:27) e não simplesmente para o judeu; ele foi feito para o bem do homem. O que foi mostrado acima sobre as duas partes desse estatuto divino recebe clara e irrefutável confirmação na razão dada para o seu reforço: “pois em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar e tudo que neles existe, mas no sétimo dia descansou” (v. 11). Observe bem o duplo desdobramento disso: o augusto Criador dignou-se em apresentar um exemplo diante de Suas criaturas em cada aspecto: ELE trabalhou por “seis dias”, e Ele “descansou no sétimo dia”! Deverse-ia também ser apontado que a indicação do trabalho para o homem não é a conseqüência do pecado: antes da Queda, Deus o colocou “no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo” (Gn. 2:15). 

A permanente natureza ou perpetuidade desse duplo mandamento é também evidenciada pelo fato que nas razões acima mencionadas para seu reforço nada havia que fosse particularmente pertinente à nação de Israel, pelo contrário, fala com voz de trombeta a toda a raça humana. Além disso, a esse estatuto não foi dado um lugar na lei cerimonial de Israel, que era para ser deixada quando Cristo tivesse dado cumprimento aos seus tipos, mas na Lei Moral, que foi escrita pelos dedos do próprio Deus sobre tábuas de pedra, para nos dar o significado de sua natureza permanente. Finalmente, deve-se mostrar que os próprios termos desse mandamento deixam inequivocadamente claro que ele não foi designado somente para os judeus, pois era igualmente obrigatório para qualquer gentio que habitasse entre eles. Mesmo não estando eles em aliança com Deus, nem debaixo da lei cerimonial, deles era exigido que guardassem o santo Shabbath – não farás trabalho algum… nem os estrangeiros que morarem em suas cidades” (v. 10)! 

“O sétimo dia é o Shabbath do SENHOR teu Deus”. Note bem que não é dito (aqui, ou em qualquer outro lugar das Escrituras) “o sétimo dia da semana”, mas simplesmente “o sétimo dia”, ou seja, o dia seguinte aos seis de trabalho. Para os judeus era o sétimo dia da semana, a saber, o sábado, mas para nós ele é – como o “outro dia” que Hebreus 4:8 claramente declara – o primeiro dia da semana, porque o Shabbath não apenas comemora a obra da criação, mas agora também celebra a ainda maior obra da redenção. Assim, o SENHOR dispôs as palavras nesse quarto mandamento de modo a se ajustarem a ambas as dispensações, e desse modo afirmar a sua perpetuidade. O Shabbath cristão vai da meia noite de sábado à meia noite de domingo: está claro a partir de João 20:1 que ele começa antes do nascer do sol e, portanto, podemos concluir que começa na meia noite de sábado; enquanto de João 20:19 aprendemos (a partir do fato que ele não é ali chamado “a noite do segundo dia”) que durante a noite, e que a nossa adoração também deve continuar. 

Mas embora o Shabbath cristão não comece até a meia noite de sábado, a nossa preparação para ele deve começar mais cedo, ou de que outra maneira poderemos obedecer sua exigência expressa: “nele nem uma obra farás”? No Shabbath deve haver um completo descanso durante todo o dia, não apenas de recreações naturais e de fazer o nosso próprio prazer (Is 58:13), mas de toda a atividade mundana. A esposa necessita de um dia de descanso tanto quanto o marido, sim, sendo a “parte mais fraca”, ainda mais. Coisas tais como mingau e sopa podem ser preparadas no sábado e aquecidas no Shabbath, de modo que possamos estar inteiramente livres para nos deleitarmos no SENHOR e nos entregar completamente à Sua adoração e serviço. Vejamos que não trabalhemos nem fiquemos acordados até tarde na noite de sábado, para não transgredirmos o dia do SENHOR ficando até tarde na cama ou nos fazendo de sonolentos para os santos deveres. 

Esse mandamento deixa claro que Deus deve ser adorado no lar, o que, sem dúvida, inculca a prática do culto doméstico. Ele é dirigido mais especificamente que qualquer dos outros nove mandamentos aos chefes de famílias e empregadores, porque Deus requer que eles vejam que todos que estão sob seu encargo observem o Shabbath. Para eles, mais imediatamente Deus diz: “lembra-te do Shabbath para o santificares”. Ele é para ser estritamente posto de lado para a honra do Deus três vezes santo, gasto no exercício de santa contemplação, meditação e adoração. Porque é o dia que Ele fez (Sl. 118:24), não podemos fazer nada para desfazê-lo. Esse mandamento proíbe a omissão de qualquer dever exigido, um desempenho descuidado do mesmo, ou enfado neles. Quanto mais fielmente guardarmos esse mandamento, mais preparados estaremos para obedecer aos outros nove. 

Três classes de trabalho, e somente três, podem se encaixar no “Shabbath Santo”. Trabalhos de necessidade, que são aqueles que não poderiam ter sido feitos no dia anterior e que não podem ser relegados para o dia seguinte – tais como cuidar do gado. Trabalhos de misericórdia, que são aqueles que a compaixão requer que desempenhemos para com outras criaturas – tais como ministrar aos doentes. Trabalhos de piedade, que são o culto a Deus em público e em privado. Precisamos vigiar e lutar contra as primeiríssimas sugestões de Satã para corromper os nossos corações, desviar as nossas mentes ou nos perturbar nos deveres sagrados, pedindo sinceramente em oração por ajuda para meditar sobre a palavra de Deus para reter o que Ele nos dá. O SENHOR faz a sagrada observância do Seu Dia de benção especial; e contrariamente, Ele visita a profanação do Shabbath com especial maldição (veja Ne. 13:17-18), como a nossa terra culpada está provando agora do seu amargo custo. 

“Um Shabbath bem gasto, traz uma semana contente e fortalece para os labores do amanhã; mas um Shabbath profanado, o que quer que possa ser ganho É um certo precursor de desgraça”. 

Fonte: Extraído e traduzido do excelente livro The Tem Commandments, de Arthur Walkington Pink. 
Tradução: Claudino Batista Marra
Revisão: Felipe Sabino de Araújo Neto
Fonte: Monergismo

O sábado segundo a Confissão de Fé de Westminster - Joel Beeke



A santificação do primeiro dia da semana como um sábado cristão é central para a preocupação fomentada pelo cristianismo reformado em aplicar a lei moral à vida cristã. Se houve algum grau de ambiguidade entre os reformadores protestantes do século 16, esta foi completamente banida quando, em meados do século 17 os teólogos de Westminster se reuniram para escrever a Confissão de Fé (Capítulo 21):

VII. Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção de tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também, em sua Palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens, em todas as épocas, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que, na Escritura, é chamado dia do Senhor (domingo), e que há de continuar até ao fim do mundo como sábado cristão. 

VIII. Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso de suas obras, palavras e pensamentos a respeito de seus empregos seculares e de suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidades e de misericórdia.

Esta elevada apreciação do sábado conquistou o seu lugar na Inglaterra, na América do Norte, em todo o Império Britânico e também na Holanda. Embora tenha sido uma preocupação chave dos cristãos reformados, a guarda do sábado (dia do descanso) foi adotada como regra pelos cristãos de praticamente todas as denominações. No despertar dos poderosos reavivamentos dos meados do século 18 e início do século 19, a guarda do sábado cristão foi adotada também pela população em geral.

Este feliz estado de coisas prevaleceu durante todo o século 19 e no século 20.Grandes centros urbanos como Filadélfia e Toronto eram conhecidos pelo cuidado com que o sábado era observado por seus habitantes. Pelo final do século 19 algumas ferrovias importantes cessaram suas operações durante o domingo. Balneários à beira mar tomaram medidas a respeito a todo o tráfego motorizado nas ruas aos domingos (Ocean Grove, N.J.) e ao uso de cinemas para o culto público nos domingos a noite (Ocean City N.J.).

A cultura de nossos dias apresenta uma cena imensamente alterada. As forças de secularização e o aparecimento da cultura do lazer, obcecada pela procura de entretenimento de todos os tipos, extinguiram a preocupação pela guarda do Dia de Descanso entre a população em geral. Ainda mais trágica é a contínua erosão desta convicção entre os cristãos. O maior estrago foi feito pelos ataques modernistas à autoridade das Escrituras, corroendo e subvertendo assim todas as normas bíblicas para a vida. Entretanto, o fundamentalismo também deve carregar sua parte da culpa. Sob a influência do dispensacionalismo um crescente antinomianismo se desenvolveu nos círculos cristãos americanos mais conservadores. O Antigo Testamento em geral e a lei moral em particular vieram a ser encarados como monumentos de uma era ultrapassada. O resultado foi uma total destruição da convicção no que diz respeito ao Dia do Senhor, mesmo entre presbiterianos que aceitam os Padrões de Westminster – não obstante a dissonante inconsistência envolvida! 

Certamente a ocasião está madura para os cristãos examinarem novamente a Palavra de Deus em busca de instruções relativas ao quarto mandamento e suas exigências sobre nós. Se por nenhuma outra razão, o estudo deveria ser realizado em vista da crescente evidência e do alto grau de estresse destrutivo escondido por trás da atraente fachada da assim chamada “cultura do entretenimento”. As pessoas estão se destruindo porque não conseguem dizer não, nem ao trabalho nem à diversão. Grandes bênçãos espirituais são prometidas àqueles que se submetem à renúncia disciplinadora da guarda do Dia do Senhor. 

O sábado como instituição divina
“O sétimo dia é o Sábado do SENHOR teu Deus” (Êx 20.10). Estas palavras nos relembram de que o sábado é uma instituição divina em dois sentidos. Primeiro, o sábado semanal é instituído pela palavra de ordem de Deus. Em segundo lugar, Deus requer este dia para si mesmo: “o sábado do Senhor teu Deus”. Os seis dias de trabalho foram cedidos ao homem para a busca de seu trabalho e lazer; mas não o sábado que Deus chama de “meu santo dia” (Is 58.3). Não devotar este dia aos propósitos e atividades ordenadas para sua santificação é roubar a Deus de algo que lhe pertence.

Esta verdade é reforçada pelas palavras do Senhor Jesus Cristo registradas pelos três primeiros evangelistas (Mt 12.8; Mc 2.28; Lc 6.5) quando ele afirmou: “O Filho do Homem é senhor do sábado”. Em uma só frase Cristo declara sua completa divindade e identidade com Jeová e reafirma a reivindicação de Deus sobre as horas do sábado semanal, adotando a exigência e apresentando-a novamente em seu próprio nome. A reivindicação deixou sua marca nas crenças, práticas e usos da igreja apostólica de tal forma que, ao final daquela era, o sábado cristão era conhecido como “O dia do Senhor” (Ap 1.10).

A sábado como ordenação da criação
Um erro comum é assumir que o sábado se originou na entrega da lei no Sinai. Esta maneira de ver ignora o fato de que ele não é introduzido como algo novo, mas, ao contrário, reconhecido como algo antigo e histórico e que agora deve ser relembrado e observado pelo povo de Deus: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar” (Êx 20.8).

E o que, especificamente, deve ser relembrado no padrão de seis dias de trabalho pontuado por um dia de descanso santo? “... em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êx 20.11). 

A resposta bíblica para a questão de quando o sábado foi instituído é abundantemente clara: o sábado foi instituído por Deus no alvorecer da história. Sem dúvida o homem estava presente e significativamente, foi o primeiro dia completo de sua vida sobre a terra (Gn 2.1-3). Se o padrão foi perpetuado depois deste dia ou não talvez seja uma questão especulativa, mas a história do sábado não foi perdida. No Sinai só foi necessário recordar aquela história e ordenar ao povo que deveria posteriormente manter sempre a sua lembrança.

O sábado, portanto, não é uma ordenança estritamente mosaica. Sua origem está enraizada na própria criação e, como o casamento, é uma instituição altamente significativa para a raça humana. Suas bênçãos temporais podem ser apreciadas por toda a humanidade, e suas bênçãos espirituais são prometidas a todos e a procuram até os “eunucos” e “os estrangeiros que se chegam ao SENHOR” (Is 56.1-8). 

O sábado como um memorial redentor
Na recapitulação dos Dez Mandamentos (Dt 5.6-21), descobrimos que a redenção não altera nem anula a exigência de manter o sábado santo. Ao contrário, o texto apenas acrescenta o significado do dia para aqueles que são “os redimidos do SENHOR “. Assim como os escravos no Novo Testamento deveriam partilhar cabalmente com seus senhores da benção do evangelho, assim também era a lei em Israel de que os servos deveriam gozar do descanso estabelecido no quarto mandamento juntamente com seus senhores: “para que o teu servo e a tua serva descansem como tu” (Dt 5.14). A isto é acrescentada a seguinte recomendação: “... te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido; pelo que o SENHOR teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado” (v. 15). Com estas palavras o sábado assume novo sentido e função como memorial da redenção da escravidão que conquistou para seu povo. Este sentido adicional reforça o sábado como uma instituição entre o povo de Deus. 

Aqui também está uma antecipação da morte e ressurreição de Cristo na observação do sábado por parte de seus seguidores. Tão grande foi o cumprimento culminante e decisivo da promessa de redenção, seguido de perto pela descida do Espírito no dia de Pentecoste, que daquela data em diante o sábado foi “mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado dia do Senhor, e que há de continuar até o fim do mundo como o sábado cristão” (Confissão de Fé de Westminster XXI: VII).

O resultado é que o apóstolo Paulo escreve em Hebreus 4.9: “... resta um repouso para o povo de Deus”. O sábado ainda continua conosco como um sinal de algo que ainda será alcançado, experimentado, gozado na eternidade. Ao mesmo tempo, porque a palavra que ele usa para “descanso” é sabbatismos, ou “a guarda do sábado”, a obrigação de observar um sábado semanal continua mesmo no evangelho. A guarda do sábado tornou-se, de fato, uma das marcas do discipulado cristão no tempo dos mártires, como relata Maurice Roberts:

Uma pergunta feita aos mártires antes de serem mortos era: “Dominicum servasti?” (Você guarda o Dia do Senhor?)

O sábado como sinal escatológico A profecia de Isaías termina com o anúncio da promessa de novos céus e nova terra para o povo de Deus: “... eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas” (Is 65.17). Nesta nova criação o trabalho do povo de Deus será completamente redimido da maldição: Não trabalharão debalde nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão com eles (v. 23). 

Esta nova ordem da criação subsistirá como a consumação da promessa de redenção. Não apenas o trabalho do povo de Deus deve ser totalmente redimido da maldição, o sábado também afinal receberá sua merecida consagração como o dia universal de culto ao SENHOR. Esta é a promessa de Deus: 

... como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, de uma Festa de Lua Nova à outra, e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR (Is 66.22-23). 

Resumindo, o sábado permanece como uma instituição tão antiga quanto a criação. Pertence à ordem das coisas como elas foram desde o início antes da queda do homem no pecado. É tão universal quanto qualquer outra ordenança da criação conservando a promessa de bênção para toda humanidade. Esta promessa de redenção e seu cumprimento apenas acrescentam à significação do sábado como o dia que deve ser observado pelos redimidos do Senhor. O sábado é um sinal da promessa de redenção tanto em seu cumprimento agora como também naquele que ainda virá. É o dia do Deus, um dia santo – um dia para os cristãos conservarem santo.

Cristo e o sábado
O sábado é parte essencial do ambiente do Novo Testamento tanto quanto do Antigo. A questão do sábado e de como ele deve ser guardado foi um campo de batalha freqüentemente revisitado nos conflitos de Cristo com os fariseus. Tão intensa era sua oposição às ideias farisaicas sobre guarda do sábado que muitos concluíram que Cristo se opunha ao próprio sábado e, portanto, se oporia a qualquer continuação da guarda do sábado entre seus seguidores.

Tal conclusão ignora ou diverge de três fatos importantes registrados nos evangelhos. Primeiro: Cristo mesmo guardava fielmente o sábado (ver Lc 4.16). Segundo: Cristo declarou que ele não tinha vindo para destruir a lei, segue-se, portanto, que ele não tinha vindo para destruir ou abolir o sábado (ver Mt 5.17). Terceiro: Como já vimos, Cristo reivindicou o sábado como sendo sua propriedade: “O Filho do Homem é senhor do sábado”.

O conflito entre Cristo e os fariseus deve ser encarado, portanto, como uma campanha não para destruir, mas ao contrário, para tornar a reclamar e restaurar a instituição bíblica do sábado. Para tanto Cristo acolheu o sábado e o requereu como sua propriedade. Além disso, declarou que ele pessoalmente cumpriria a promessa do sábado na vida de seus discípulos: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.28-29). Mesmo aqui Cristo faz soar a nota de oposição aos fariseus e ao seu “jugo” de proibições e prescrições tradicionais em relação ao sábado. Pedro se referiu a este jugo e o declarou tal “que nem nossos pais puderam suportar, nem nós” (At 15.10). Cristo oferece um jugo muito diferente e diz: “Meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mt 11.30). Tomar o jugo de Cristo é tornar-se seu discípulo, assim como aceitar o jugo dos fariseus era tornar-se discípulo deles. Àqueles que o aceitam com fé verdadeira Cristo promete descanso como cumprimento da redenção em agudo contraste com a negação deste descanso para os israelitas não crentes e desobedientes (Sl 95.10-11). Este descanso consiste em colocar um fim no trabalho infrutífero de buscar ser justificado pelas obras da lei. Cristo também retira de nossas costas a carga da culpa por todos os nossos pecados. E isto não é tudo, pois há a promessa de mais para o futuro quando tivermos nos livrado “do corpo desta morte” (Rm 7.25)

Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham (Ap 14.13).

Com isto em mente, o apóstolo relembra aos crentes que nos foi “deixada a promessa de entrar no descanso de Deus” e acrescenta esta exortação, envolvendo um profundo jogo de palavras: “Esforcemonos, pois, por entrar naquele descanso” (Hb 4.1,11).

O Cristão e o Sábado
Como os crentes em Cristo deveriam guardar o dia do descanso hoje em dia? Muitos escritores têm apresentado respostas para esta pergunta. Para o presente propósito, entretanto, preferimos indicar três ricas fontes de orientação: O quarto mandamento em si mesmo; o profeta Isaías; e os ensinos e o exemplo de Cristo Jesus nosso Senhor.

O quarto mandamento em suas duas formas canônicas (Êx 20.8-11; Dt 5.12-15) fornecem muita orientação. Primeiro, devemos colocar de lado nossas tarefas diárias e empregos. Devemos fazer isto individualmente, como famílias, como congregações e como comunidades. Segundo: devemos voltar nossas mentes e corações para os grandes temas das Escrituras Sagradas: as maravilhosas obras de Deus como criador, redentor e santificador. Terceiro: devemos nos ocupar daquelas atividades que adquirem, aumentam e expressam nosso conhecimento da santidade de Deus e de nossa própria santidade em Cristo. “Lembre-se do dia do sábado para o santificar”.

O profeta Isaías viveu numa época muito parecida com a nossa, um período de prosperidade e afluência geral. Ele tem uma palavra clara para dizer sobre os perigos desta afluência, na forma do “cultura do lazer” que a prosperidade torna possível:

Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua vontade, nem falando palavras fãs, então te deleitarás no SENHOR. eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse (Is 58.13-14).

Aqui o profeta expande a proibição a respeito do trabalho para incluir a procura de nossas recreações pessoais e atividades de lazer. Até mesmo as palavras que falamos devem ser orientadas pelo mandamento. Em troca o profeta anuncia um tipo maravilhoso de liberdade espiritual e deleite em Deus: “então te deleitarás no SENHOR”.

Finalmente devemos considerar os ensinos e o exemplo do Senhor Jesus Cristo. Ele marcou o dia com um caráter cristão indelével quando disse: “O Filho do Homem é Senhor do sábado”. Desde então é perfeitamente legítimo falarmos de um sábado cristão. Cristo reafirmou o dia como uma instituição projetada para o bem e a bênção da humanidade quando relembrou os fariseus que: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2.27). Deste modo ele nos ensinou a não sobrecarregar o dia com um tipo de rigidez que trabalha contra as necessidades básicas do ser humano. Ele insistiu, além disto, que “é lícito fazer o bem” (Mt 12.12 ; Lc 6.9) no dia do sábado. Aqui ele sanciona e aprova obras de misericórdia e compaixão feitas em seu nome e para sua glória.

Do exemplo de Cristo aprendemos a atender diligentemente aos trabalhos da igreja de Deus, congregando-nos no sábado cristão para ouvir a Palavra de Deus (Lc 4.16). É também um dia no qual os ministros da igreja devem devotar-se ao ensino e à pregação (Lc 4.31). É um dia para fazer o bem aos irmãos membros da comunidade da fé (Lc 4.38-39) e para oferecer e receber a graça da hospitalidade cristã (Lc 14.1) como parte da comunhão dos santos apropriada para o dia (veja também Lc 24.29,42). Finalmente os dias de descanso devem ser os dias especiais para a manifestação do regozijo na graça de Deus revelada no evangelho – graça que abre nossos olhos cegos, repreende em nós a febre do pecado, liberta-nos de nossa triste escravidão, triunfa sobre o pecado e suas hostes, restaura aquilo que o pecado fez murchar, e cura toda a enfermidade de nossos corações e nossas mentes. Pode-se dizer honestamente que tudo o que Cristo fez aos sábados tinha como propósito este único objetivo: revelar e proclamar a graça de Deus aos pecadores.

Concluímos, portanto, que omitir ou negligenciar a santificação do sábado cristão é desobedecer a Deus, violar nossa relação com Jesus e nos roubar de bênçãos muito grandes. Do outro lado, guardar o sábado como ele deve ser guardado, de acordo com os ensinos e o exemplo de nosso Senhor representa uma grande parcela de vivermos para a glória de Deus e não é nada menos do que “começarmos nesta vida a viver o eterno descanso” (Catecismo de Heidelberg, P/R. 103). 

Revista Servos Ordenados, nº 20 - Editora Cultura Cristã

O Sabbath é Sábado ou Domingo? Ra McLaughlin


Pergunta

Por que muitas pessoas vão à igreja no Domingo, claramente o primeiro dia da semana, quando na Bíblia é dito que devemos ir à igreja no sétimo dia? Eu sei que algumas pessoas dizem que a Segunda-feira é o primeiro dia da semana, mas isso não é verdade. Basta analisar qualquer calendário. Outros dizem que o motivo é Jesus ter ressuscitado no primeiro dia, mas em nenhum lugar é dito que deveríamos adorar nesse dia porque ele ressuscitou no mesmo. Por favor, mostre-me na Bíblia onde o Sabbath foi mudado. Ou pelo menos me diga quem o mudou, e por qual motivo.

Resposta

O argumento para a observância do Sabbath no Domingo que acho mais convincente é o seguinte:

Começamos com a premissa que a Bíblia na verdade não diz que devemos nos reunir no sétimo dia da semana. Antes, ela ensina que devemos nos reunir no sétimo dia (sem a qualificação “da semana”). O Antigo Testamento em hebraico normalmente usa a frase “o sétimo dia”, sem qualificações, para se referir a dias que não eram o sétimo dia do mês, e que possivelmente não teriam caído no mesmo dia da semana ano após ano (e.g. Ex. 12:15,16; 13:6; Lv. 23:6-8; 13:5,6,27,32,34,51; 14:9,39; Nm. 6:9; 7:1-48; 19:12,19; 28:17-25; 31:19,24; Dt. 16:1-8; Josh. 6:4,15; Jz. 14:12-18; 2Sm. 12:18; 1Rs. 20:29; Et. 1:10). Esses usos da frase (que constituem a vasta maioria dos seus usos no Antigo Testamento) parece simplesmente significar “sete dias mais tarde”. Além do mais, havia alguns Sabbath que não eram no sétimo dia (e.g. Lv. 23:27-32,39).

Similarmente, em Êxodo 16, onde Deus ordenou que os israelitas observassem o Sabbath no deserto, ele indicou que dia seria o Sabbath, não se referindo aos dias da semana, mas pedindo para que eles contassem os dias nos quais tinham recebido maná (Ex. 16:4-5,22-23). A Bíblia não diz que eles começaram a receber maná no primeiro dia da semana, mas marca o tempo desde “os quinze dias do mês segundo, depois de sua saída da terra do Egito” (Ex. 16:1). Não possuímos um calendário hebraico antigo, e não sabemos em qual dia o Sabbath caia no deserto. De fato, é inteiramente possível que os hebreus não determinaram que dia era o Sabbath olhando no calendário para achar o sétimo dia da semana, mas determinaram o sétimo dia da semana após determinar em primeiro lugar quando era o Sabbath.

Avaliando todas as ocorrências de “sétimo dia” no Antigo Testamento, e olhando para a instituição do Sabbath, parece que o Antigo Testamento não ensina claramente que o Sabbath deve ser observado no sétimo dia da semana – ou pelo menos que o calendário semanal não deve ser usado para determinar qual dia é o sétimo.

No Novo Testamento, os judeus celebravam o Sabbath no que era geralmente reconhecido como o sétimo dia da semana (Mt. 28:1;Marcos 16:1- 2; Lucas 23:56-24:1), e Jesus reconheceu a escolha dos dias por eles (e.g. Mt. 12:1-13; Lucas 13:14-16). Contudo, nem Jesus ou algum escritor do Novo Testamento indicaram que o dia do Sabbath tinha que cair no sétimo dia da semana, como determinado por algum calendário regular.

Baseada nesse pensamento, a igreja do Novo Testamento, sob a orientação dos apóstolos, aparentemente sentiu-se livre para mudar o dia da observância, e ligá-la ao calendário secular. Ela ainda manteve o padrão do mandamento seis-dias-mais-um, mas mudou a observância do seu Sabbath para o primeiro dia da semana do calendário secular. Mui provavelmente os cristãos escolheram esse dia porque era o dia no qual Jesus tinha ressurgido dentre os mortos (Mt. 28:1; Marcos 16:2; Lucas 25:1; João 20:1). O Senhor ressurreto também escolheu o primeiro dia da semana para se manifestar aos seus discípulos quando estes estavam reunidos (João 20:19,26). Em todo caso, parece que o primeiro dia da semana provavelmente veio a ser conhecido como o “Dia do Senhor” (Ap. 1:10), e parece ter sido o dia no qual a igreja se reunia com a aprovação dos Apóstolos (Atos 20:7). Não parece haver alguma evidência no Novo Testamento que a igreja primitiva sentiu-se compelida a observar o sétimo dia da semana como o Sabbath, e há certa possível evidência que Paulo ensinou que os cristãos não estavam obrigados a observar esse dia particular (Cl. 2:16).

Concluindo, a prática da observância do Sabbath no Domingo é baseada primeiramente no entendimento que a Bíblia não ordena a observância no sétimo dia do calendário semanal, e em segundo lugar na tradição da igreja estabelecida sob a aprovação dos Apóstolos.

Fonte: http://thirdmill.org/
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Monergismo

Sobre o Ensino Referente à Adoração Regular no Domingo - Thomas Miersma



Jesus disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim, pois, o Filho do homem é Senhor até mesmo do sábado” (Marcos 2:27- 28)


Assim como vimos em “Sobre o Ensino Referente ao Sábado Eterno” (25), Jesus ensinou por essas palavras que ele é o Senhor do verdadeiro sábado de descanso que viria com a Sua obra, morte e ressurreição, e ao qual o seu povo teria acesso por meio da fé. Nós vimos que “sábado” significa descanso, e que está escrito “Pois nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso” (Hebreus 4:3). O crente tem em princípio o descanso de Deus agora em Cristo e de fato vive agora no descanso do sábado eterno de Deus, pois a lei do sábado foi cumprida em Cristo.

Jesus também reivindicou autoridade sobre o descanso e sobre o sábado como um dia de adoração. Ele é Senhor. Ele declara o propósito de Deus no dia do Sábado, que ele “foi feito por causa do homem” (Marcos 2:27). Quando Deus entregou ao seu povo o mandamento “Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo” (Êxodo 20:8) e designou a eles um dia regular para adoração, Ele estava transmitindo ao seu povo Sua bênção: um dia de consagração santa em comunhão com o seu Deus. Por meio desse dia, expresso na lei, eles foram conduzidos pela fé a Cristo e para a promessa da consumação da Sua obra. Uma vez que essa obra consumada veio agora em Cristo, para o cristão, todo dia é o início do descanso do sábado eterno no serviço de Deus em Cristo. A forma do sábado do sétimo dia do Antigo Testamento cessou. Guardá-lo é uma rejeição da obra consumada da cruz e do verdadeiro descanso sabático em Cristo.

Isso significa que o princípio da adoração pública regular a Deus ensinada  na lei cessou? Existem agora nove mandamentos ao invés de dez? A resposta é não. Quando Cristo cumpriu a lei, não aboliu os seus princípios morais nem seus limites. Jesus expôs um exemplo de obediência pelo fato de antes da Sua morte Ele ter sido encontrado na sinagoga em adoração nos termos do sábado do Antigo Testamento. Após a Sua ressurreição Jesus definiu um padrão para a comunhão com os seus discípulos na igreja do Novo Testamento sobre o primeiro dia da semana, através da Sua ressurreição, através dos aparecimentos pós-ressurreição, e pelo derramar do Seu Espírito no Dia do Senhor (Atos 2; Apocalipse 1:10). Por estar em comunhão com Deus em Cristo na adoração regular do domingo, Cristo possibilita ao seu povo viver toda a semana a partir da fé nas bênçãos do sábado eterno.

Portanto a Palavra de Deus diz com respeito a “Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos”, que isso deve ocorrer de forma tal que “Não deixemos de reunir-nos como  igreja,  segundo  o  costume  de  alguns,  mas  procuremos  encorajar-nos  uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia” (Hebreus 10:23,25). Negligenciar intencionalmente a adoração pública regular, a assembléia da igreja tal como instituída por Cristo pela pregação da Sua Palavra, é pecado. É o caminho daqueles que andam na incredulidade. É evidência de que é falsa a alegação de uma pessoa que reivindica ser cristã. Não querer estar na igreja é não querer estar em Cristo! Pela mesma razão, o princípio moral de que nós não devemos seguir o nosso prazer pessoal no dia da adoração (Isaías 58:13) permanece.

O primeiro dia da semana, domingo, como um dia de adoração segundo o padrão estabelecido por Cristo, está vinculado à igreja do Novo Testamento, como nos mostra o depoimento, a prática e o testemunho dos apóstolos em obediência a Cristo. Nós lemos acerca da igreja de Trôade “No primeiro dia da semana reunimo-nos para partir o pão, e Paulo falou ao povo” (Atos 20:7). O primeiro dia da semana era o dia de adoração regular em Trôade. Tal como a dádiva cristã, um ato de adoração pública, nós lemos “No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda” (1 Coríntios 16:2). A igreja não decidiu o dia da adoração. O Senhor do sábado é que o fez. Você professa a Cristo, o Senhor do sábado? Você procede a adoração pública regular no domingo, em obediência àquilo que Cristo mostrou?
   
Fonte: What Jesus said about, Rev. Thomas Miersma, cap. 26.
Tradução: Marcelo Herberts
Fonte: Monergismo

O Domingo Puritano é assim tão estrito? - Brian Schwertley


Muitas pessoas argumentam que a visão do domingo cristão apresentada na Confissão de Fé e nos Catecismos de Westminster é demasiadamente estrita. O ensino de que todas as nossas atividades, conversas e pensamentos durante todo o dia (exceto em casos de misericórdia e necessidade) devem ser focadas em Deus, Sua Palavra e obras é considerado uma perversão puritana do domingo. A idéia de que o dia inteiro deve ser gasto em exercícios espirituais e devoção é considerada irreal, impossível, extremada e por demais estrita. Assim, muitos nas comunidades reformadas estão amenizando os padrões do quarto mandamento a fim de torná-lo mais fácil de ser observado pelos cristãos professos. Esse pensamento e rebaixamento do sabbath cristão estão errados por uma série de razões.

Primeiro, os altos padrões para santificação do domingo expostos pelos Puritanos e presbiterianos até antes do século XX são simplesmente reflexões sobre o que a Bíblia ensina a respeito do quarto mandamento. Um estudo das obras Puritanas e presbiterianas sobre o dia de descanso (até antes da infiltração do modernismo e dispensacionalismo) revela uma incrível uniformidade de pensamento sobre o assunto. O ensino dos Padrões de Westminster sobre o domingo foi obtido através de cuidadosa exegese da Escritura; tal exegese é sã e ainda não foi refutada.

Segundo, a idéia (comum em nossos dias) de que a visão Puritana do domingo deve estar errada porque é muito difícil de ser cumprida poderia ser facilmente aplicada a qualquer dos mandamentos de Deus. Por exemplo, o sétimo mandamento requer pureza sexual em pensamento, palavra e ação. Alguém que alimente pensamento impuro — ainda que brevemente — é culpado de quebrar este mandamento. O fato de que é impossível guardar completamente o sétimo mandamento exceto no céu (por causa da nossa velha natureza) não torna nenhum homem livre para redefinir as exigências do mandamento a fim de tornar fácil sua obediência perfeita. Não era exatamente isto que faziam os fariseus? Eles não externavam os mandamentos em razão da impossibilidade de perfeita obediência interior. O melhor caminho para os cristãos que almejam santificar o domingo não é rebaixar os padrões do dia de descanso para atender a nossos desejos pecaminosos e egocêntricos, mas, ao invés disto, melhorar nosso comportamento e continuamente examinar a nós mesmos à luz da perfeita lei de Deus.

Em muitas igrejas reformadas há uma rejeição proposital da idéia de se considerar de forma específica as exigências do quarto mandamento. Isto é geralmente o resultado de dois sérios problemas dentro da liderança da igreja. O primeiro é a hipocrisia: estão sendo ordenados ao ministério homens que não sustentam o ensino estrito do domingo expresso nos Padrões de Westminster. O segundo é a covardia: os pastores evitam as especificidades e deixam cada membro da igreja decidir por si o que significa a guarda do domingo. Como seriam a igreja e a sociedade se cada um pudesse definir por si o que significam fornicação, roubo, assassinato ou cobiça? É de espantar que vivamos um tempo de grande profanação do dia do Senhor?

Tradução: Márcio Santana Sobrinho
The Christian Sabbath: Examined, Proved, Applied
Fonte: Monergismo

O Quarto Mandamento - Solano Portela


O dia de descanso foi instituído por Deus e não pelo homem. O mandamento tem grande importância na Palavra de Deus. Bênçãos ocorreram, por sua guarda, e castigos severos, por sua quebra. Isso deveria provocar a nossa reflexão sobre a aplicação dos princípios bíblicos relacionados com o quarto mandamento nos dias atuais, discernindo, em paralelo, a mudança para o domingo, na era cristã. O povo de Deus sempre foi muito rebelde e desobediente com relação a essa determinação, e necessita convencimento da importância do mandamento, bem como entendimento da visão neo-testamentária, para a conseqüente modificação do seu comportamento atual.

O quarto mandamento fala de um dia de descanso e de adoração ao Senhor. Deus julgou essa questão tão importante que a inseriu em sua lei moral. O descanso requerido por Deus é uma prévia da redenção que ele assegurou para o seu povo (Dt 5.12-15). Os israelitas foram levados em cativeiro (Jr 17.19-27) por haver repetidamente desrespeitado este mandamento.

Gostaríamos de examinar as bases desse conceito de descanso e santificação e de ir até o Novo Testamento verificar como os cristãos primitivos guardavam o dia do Senhor.

Não podemos, simplesmente, ignorar esse mandamento. Como povo resgatado por Deus, temos a responsabilidade de discernir como aplicar essa diretriz divina nas nossas vidas e nas de nossas famílias. Por outro lado, nessa procura, não devemos buscar tais diretrizes nos detalhamentos das leis religiosas ou civis de Israel, que dizem respeito ao sábado. Essas leis eram temporais. Ao estudar o sábado, muitos têm se confundido com os preceitos da lei cerimonial e judicial e terminado com uma série de preceitos contemporâneos que se constituem apenas em um legalismo anacrônico, destrutivo e ditatorial. Devemos estudar este mandamento procurando discernir os princípios da lei moral de Deus. Com esse objetivo em mente, vamos realizar nosso estudo com a oração de que Deus seja glorificado em nossa vida e por nosso testemunho.

1. Um dia de descanso
Em nossas bíblias o quarto mandamento está redigido assim – "Lembra-te do dia de sábado para o santificar...". A palavra que foi traduzida "sábado", é a palavra hebraica shabat, que quer dizer descanso. É correto, portanto, entendermos o mandamento como "... lembra-te do dia de descanso para o santificar".

Esse "dia de descanso" era o sétimo dia no Antigo Testamento, ou seja, o nosso "sábado". No Novo Testamento, logo na igreja primitiva, vemos o dia de ressurreição de Cristo marcando o dia de adoração e descanso. Isso é: o domingo passa a ser o nosso "dia de descanso". Os apóstolos acataram esse dia como apropriado à celebração da vitória de Jesus sobre a morte (At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10). A igreja fiel tem entendido a questão da mesma maneira, ou seja: não é a especificação "do sétimo", que está envolvida no mandamento, mas o princípio do descanso e santificação.

Já enfatizamos que essa questão de um dia especial de descanso, de parada de nossas atividades diárias, de santificação ao Senhor, foi considerada tão importante por Deus que ele decidiu registrar esse requerimento em sua lei moral, nos dez mandamentos. Com certeza já ouvimos alguém dizer: "...não existe um dia especial, pois todo o dia é dia do Senhor...". Essa afirmação é, num certo sentido, verdadeira – tudo é do Senhor. Mas sempre tudo foi do Senhor, desde a criação e mesmo tudo sendo dele, ele definiu designar um dia separado e santificado. Dizer que todos os dias são do Senhor, como argumento para não separar um dia especial e específico, pode parecer um argumento piedoso e religioso, mas não esclarece a questão nem auxilia a Igreja de Cristo na aplicação contemporânea do mandamento. Na realidade, isso confunde bastante os crentes e transforma o quarto mandamento, que é uma proposição clara e objetiva e que integra a Lei Moral de Deus, em um conceito nebuloso e subjetivo, dependente da interpretação individual de cada pessoa.

Não devemos procurar modificar e "melhorar" aquilo que o próprio Deus especifica para o nosso benefício e crescimento. Deus coloca objetivamente – da mesma forma que ele nos indica a sua pessoa como o objeto correto de adoração; da mesma forma que ele nos leva a honrar os nossos pais; da mesma forma que ele nos ensina o erro de roubar, o erro de matar, o erro de adulterar – que é seu desejo que venhamos a separar para ele um dia específico, dos demais (Is 58.3).

2. Um dia santificado

Devemos notar que o requerimento é que nós nos lembremos do dia de descanso, para o santificarmos. Santificar significa separar para um fim específico. Isso quer dizer que além do descanso e parada de nossa rotina diária, Deus quer a dedicação desse dia para si. Nessa separação, o envolvimento de nossas pessoas em atividades de adoração, ensino e aprendizado da Palavra de Deus, é legítimo e desejável. A freqüência aos trabalhos da igreja e às atividades de culto, nesse dia, não é uma questão opcional, mas obrigatória aos servos de Deus. O Salmo 92, que é de adoração a Deus, tem o título em hebraico – "para o dia de descanso".

3. Uma instituição permanente

Uma expressão, do quarto mandamento, nos chama a atenção. É que ele inicia com "Lembra-te...". Isso significa que a questão do dia de descanso transcende a lei mosaica, isto é: a instituição estava em evidência antes da lei de Moisés. Semelhantemente, estando enraizado na lei moral, permanece, como princípio, na Nova Aliança. Vemos isso, por exemplo, no incidente bíblico da dádiva do Maná. Deus requerendo o descanso e cessação de trabalho durante a peregrinação no deserto, quando ele alimentava o seu povo com o Maná, antes da dádiva dos dez mandamentos. Estes seriam recebidos somente por Moisés no monte Sinai (veja, especificamente, Ex 16.29, 30).

4. Paulo faz um culto de louvor e adoração, no domingo, em Trôade
Paulo nos deixou, além das prescrições de suas cartas, um exemplo pessoal – reuniu-se com os crentes no domingo (At 20.6-12), na cidade de Trôade, na Ásia Menor. O versículo 6 diz que a permanência, naquele lugar, foi de apenas uma semana. Lucas, o narrador que estava com Paulo, registra, no v. 7: "... no primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão...". Ele nos deixa a nítida impressão de que aquela reunião não era esporádica, aleatória, mas sim a prática sistemática dos cristãos – reunião periódica no primeiro dia da semana, conjugada com a observância da santa ceia do Senhor. Estamos há apenas 15 a 20 anos da morte de Cristo, mas a guarda do domingo já estava enraizada no cristianismo.

Paulo pronunciou um longo discurso, naquela noite. À meia noite, um jovem, vencido pelo cansaço, adormece e cai de uma janela do terceiro andar, vindo a falecer (v. 9). Deus opera um milagre através de Paulo e o jovem volta à vida (v. 10). Paulo continuou pregando, naquele local até o alvorecer (v. 11).

5. O entendimento da Reforma sobre o dia de descanso

A Confissão de Fé de Westminster captura o entendimento da teologia reformada sobre o dia de descanso ordenado por Deus. Nela não encontramos desprezo pelas diretrizes divinas, nem uma visão diluída da lei de Deus, mas um intenso desejo de aplicar as diretrizes divinas às nossas situações. O quarto mandamento tem uma consideração semelhante aos demais registrados em Ex 20, todos aplicáveis aos nossos dias. Nas seções VII e VIII, do capítulo 21, sob o título – "Do Culto Religioso e do Domingo" lemos o seguinte:

"Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também, em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último dia da semana; e desde a ressurreição de Cristo já foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado de domingo, ou Dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão.

Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia."

6. O Quarto Mandamento Hoje – Qual o nosso conceito do domingo?

É necessário que tenhamos a convicção de que o chamado à adoração, o desejo de estar cultuando ao Senhor, e o descansar de nossas atividades diárias, por intermédio de um envolvimento com as atividades da igreja, encontra base e respaldo bíblico. É mais do que uma questão de costumes, do que uma posição opcional. É algo tão importante que faz parte da lei moral de Deus.

Normalmente nos perdemos em discussões inúteis sobre detalhes, procurando prescrever a outros uma postura de guarda do quarto mandamento conforme nossas convicções, ou falta delas. Assumimos uma atitude condenatória, procurando impor regras detalhadas e, muitas vezes, seguindo restrições da lei cerimonial, em vez do espírito da lei moral. Antes de nos perdermos no debate dos detalhes, estamos nos aprofundando no princípio? Temos a postura de tornar realmente o domingo um dia diferente, santificado, dedicado ao Senhor e à nossa restauração física?



Apêndice: Qual o dia de descanso – sábado ou domingo?

Sempre que estudamos o quarto mandamento surge a pergunta: quem está certo? São os Adventistas, que indicam o sábado como o dia que ainda deveríamos estar observando, ou a teologia da Reforma, apresentada na Confissão de Fé de Westminster, e em outras confissões, que encontra aprovação bíblica e histórica para a guarda do domingo? Alguns pontos podem nos ajudar a esclarecer a questão:

1. Os pontos centrais de cumprimento ao quarto mandamento são: o descanso, a questão da separação de um dia para Deus, e a sistematização, ou repetibilidade desse dia. O dia, em si, é uma questão temporal, principalmente por que depois de tantas e sucessivas modificações no calendário é impossível qualquer seita ou religião afirmar categoricamente que estamos observando exatamente o sétimo dia. Nós usamos o calendário Gregoriano, feito no século 16. Os judeus atuais usam o calendário ortodoxo, estabelecido no terceiro século, e assim por diante.

2. Os principais eventos da era cristã ocorreram no domingo:
• Jesus ressuscitou (Jo 20.1)
• Jesus apareceu aos dez discípulos (Jo 20.19)
• Jesus apareceu aos onze discípulos (Jo 20.26)
• O Espírito Santo desceu no dia de pentecostes, que era um domingo (Lv 23.15, 16 – o dia imediato ao sábado), e nesse mesmo domingo o primeiro sermão sobre a morte e ressurreição de Cristo foi pregado por Pedro (At 2.14) com 3000 novos convertidos.
• Em Trôade os crentes se juntaram para adorar (At 20.7).
• Paulo instruiu aos crentes para trazerem as suas contribuições (1 Cr 16.2).
• Jesus apareceu e João, em Patmos (Ap 1.10).

3. Os escritos da igreja primitiva, desde a Epístola de Barnabé (ano 100 d.C.) até o historiador Eusébio (ano 324 d.C.) confirmam que a Igreja Cristã, inicialmente formada por Judeus e Gentios, guardavam conjuntamente o sábado e o domingo. Essa prática foi gradativamente mudando para a guarda específica do domingo, na medida em que se entendia que o domingo era dia de descanso apropriado, em substituição ao sábado. Semelhantemente, a circuncisão e o batismo foram conjuntamente inicialmente observados, existindo, depois, a preservação somente do batismo, na Igreja Cristã. O domingo não foi estabelecido pelo imperador Constantino, no 4º século, como afirmam os adventistas. Constantino apenas formalizou aquilo que já era a prática da igreja.

4. Cl 2.16-17 mostra que o aspecto do sétimo dia era uma sombra do que haveria de vir, não devendo ser ponto de julgamento de um cristão sobre outro.

Para um estudo mais detalhado do assunto, sugerimos o livro de J. K. VanBaalen, O Caos das Seitas. 

Fonte: Monergismo

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